Brasilessência: A cultura do perfume (Best Seller), responsável também pelo museu Espaço Perfume Arte & História, dedicado à historia & arte da perfumaria, o expertise da casa de fragrâncias Firmenich, uma das mais conceituadas empresas de aromas e fragrâncias do mundo e o editor de arte Mondrian Alvez.
Pela cultura do aroma, eu abri espaço no blog para agradecer a iniciativa desta equipe e brindá-los com meu agradecimento, (in)diretamente, em nome de todos os apaixonados por perfumes que eu conheço.O guia de perfumes é uma
bela iniciativa tida como um presente para os mais aficcionados e, o melhor, um material didático que prolifera a cultura do perfume. Como forma de contribuir com esta cultura, deixo aqui um trecho do guia de perfumes o qual achei interessante, que é a mágica história da perfumaria com curiosidades sobre o perfume e sua história e sugiro a todos os que gostam de perfumes, correr às bancas ou entrar em contato com a Duetto Editorial para garantir o seu exemplar. Lembrando que meu blog não tem nenhuma relação ou vínculo com a editora e este post é de decisão pessoal sem qualquer influência de terceiros. Sou apenas uma leitora apaixonada por perfumes e uma scentblogger dedicada à despertar o interesse pelo universo da perfumaria. O meu blog é pessoal e guiado pela minha liberdade de expressão. Qualquer perfume news que eu divulgue aqui está alinhada à esta liberdade individual.
" A busca pelo divino marca a história do homem.O mais antigo cheiro conhecido é o da fumaça, que exalava da queima de madeiras, especiarias, ervas e incensos. Vem daí a origem da palavra perfume: per,através e fummum, fumaça. No ano 3000 a.C., os egípcios consideravam que suas orações chegariam mais rápido aos deuses se viajassem em nuvens de fumaça aromática. Eles também acreditavam na reencarnação e usavam as fragrâncias para mumificação. Por volta de 1500 a.C., com a rainha egípica Hatshepsut surgiram vários rituais dedicados à beleza. Um dos mais curiosos era a utilização de cones perfumados na cabeça, que, além de amenizar o efeito do sol forte,conservavam a pele. Traziam óleos aromatizados com folhas, raízes,ervas,flores, leite e mel,que ao derreter com o calor escorriam pelo rosto e tinham um efeito emoliente e refrescante.
Uma viagem pelo passado
Gostar de se perfumar não era mérito apenas dos egípcios.Por volta do ano 800 a.C., os gregos já exportavam óleos de flores e plantas maceradas.E, segundo a mitologia grega, Afrodite é considerada também a divindade das fragrâncias. No caminho dos aromas, a cidade da Babilônia, na Mesopotâmia, tornou-se o centro comercial de especiarias e perfumes por volta de 650 a.C. Dois séculos mais tarde, o rei dos persas Alexandre,o Grande, entregou sementes e mudas de plantas da Pérsia ao seu professor em Atenas, Teofrasto. Ele foi o primeiro autor de um tratado sobre cheiros. Na obra, detalhava receitas aromáticas, descrevia prazos de validade,indicava usos terapêuticos e falava também da importância de proteger os perfumes do sol, pois a luz e o calor alteravam seu odor. A lição é válida até hoje. Outra personalidade importante marca o uso dos aromas, mas como um artíficio de sedução. Cleópatra. Ela realizava rituais perfumados para intensificar seu poder de atração. Untava o corpo com essências aromáticas, criando em torno de si uma aura mágica. Também recebia Marco Antonio, seu grande amor, em uma cama coberta de pétalas de rosa.Antes de envenenar-se, tomou um banho e se perfumou com as mais finas fragrâncias. Quando os soldados a encontraram morta em seus aposentos, ainda puderam sentir seu inebriante perfume. O grande império conquistado pelos romanos contribuiu para a expansão da perfumaria, pois eles consumiam aromas de forma intensa. No período imperial, o gosto dos romanos por incensos e perfumes passou dos limites. Até os cavalos eram perfumados. O exagero era tanto, que o imperador Nero encomendou para o funeral de sua esposa, Popeia, quantidade de incenso superior ao que toda a Arábia poderia produzir em dez anos.E por falar em árabes, eles exportaram seus conhecimentos empíricos para outros povos e disseminaram também conceitos científicos para outros povos, como a destilação. O processo progrediu com os chineses e foi o responsável, séculos depois, pela criação do álcool concentrado. A precursora da água de colônia, a Água da Rainha da Hungria, surgiu em 1370, e foi o primeiro preparado perfumado em base alcóolica. As pesquisas prosseguiram em destilarias e levaram à extração de diversos óleos essenciais. Em 1612 foi fundada, em Florença, na Itália, a Officina Profumo di Santa Maria Novella,em cuja matriz os frades dominicanos produziam essências , pomadas, bálsamos e outros preparados medicinais, desde 1221. Muitas dessas fórmulas, fabricadas até hoje, foram usadas por Catarina de Médicis, uma nobre florentina que se mudou para a França em 1533, para se casar com o rei Henrique II. Na sua caravana estava seu perfumista pessoal, Renato Bianco.Conhecido como René Blanc, ele conferiu à França lições na arte da perfumaria e fundou a primeira butique de perfumes em Paris, o que deu um impulso definitivo para produção e comercialização de itens aromáticos.
O perfume conquista o mundo
As fragrâncias de Catarina de Médicis eram feitas em Grasse, pequena cidade no sul da França. Luis XIV, o "Rei Sol", que era muito sensível a odores e tinha um perfume para cada dia da semana,também obtinha seus frascos da charmosa cidade francesa.
Foi o rei Luis XV e sua amante, Madame de Pompadour, que estimularam a difusão do perfume da França por toda a Europa. Isso porque ela, fiel ao estilo rococó, ditava a moda, a beleza e a arte da época. Contam que gastava horas no toalete, banhando-se com sabonetes de lavanda, outras flores e ervas. Usava adstringente e incrementava o penteado com pomadas perfumadas. A rosa era o elemento principal da maioria das fragrâncias, misturada a lavanda, cravo, noz-moscada, musgo de carvalho e íris. Madame de Pompadour também amava as violetas e suas luvas tinham perfume de neroli. Com o generoso estímulo de seu amante, ela encorajou a prosperidade de Grasse e a cidade passou da produção artesanal para a indústria da perfumaria. Mas não foi naquela pequena cidade que começou a jornada mundial da Água de Colônia. Diz a história que foi o italiano Jean-Marie Farina que, em 1714, registrou, na cidade alemã de Colônia, um produto de nome Kölnisch Wasser (Água de Colônia...). Ele era feito com essências naturais italianas:neroli, bergamota, lavanda e alecrim diluídos em álcool neutro (essa água é comercializada até hoje pela marca Roger & Gallet). Mais tarde, em 1790, surgiu a célebre Kölnisch Wasser 4711, criada por Mülhens. A ligação desse perfume como o mundo da perfumaria francesa aconteceu com a Guerra dos Sete Anos. Isso porque a cidade de Colônia recebeu um hóspede ilustre, e Farina ganhou um garoto-propaganda de peso:Napoleão Bonaparte. De acordo com a história, ele despejava um frasco inteiro da tal Água sobre a cabeça. Para Napoleão,sexo e cheiro estava intimamente ligados. Depois de ficar durante meses em batalha, mandava avisar à sua amada Josefina: "Volto em três dias, não se banhe". Tudo porque ela adorava aromas marcantes, como almíscar e patchuli, e ele amava os refrescantes. Quando Napoleão se separou de Josefina para casar-se com outra, ela não titubeou:espalhou almíscar nos aposentos imperiais. Isso fez com que Napoleão lembrasse dela por muito e muito tempo. Vinganças à parte, ele foi o responsável por colocar a França à frente nas pesquisas científicas e na produção de artigos luxuosos. A família Bonaparte teve outra personagem ilustre no mundo dos aromas:a requintada espanola Eugênia, esposa de Luís Bonaparte, sobrinho de Napoleão. A imperatriz lançou um novo estilo de perfume: Eau Impériale, um mix de notas cítricas e lavanda. Considerada reanimadora para as pobres mulheres de época, que sofriam com os espartilhos, a fragrâcnia foi criada em 1861 por Guerlain e tinha ono frasco o brasão dos Bonaparte:abelhas pintadas à mão , em ouro. Por sorte, em meados de 1900 as mulheres estavam mudando e celebravam a vida. A Belle Époque agitou a arte, a moda e a perfumaria. Perfumes e artigos de toalete ganharam espaço. Mulheres elegantes lotavam os cafés parisienses e exalavam fragrâncias variadas. Com a chegada do século 20. Paris era a mais chique das cidades e a perfumaria se tornou sinônimo de sofisticação, com frascos feitos de cristal Lalique. Na famosa Exposição de Artes Decorativas e das Indústrias Modernas, realizada em Paris, em 1925, a perfumaria francesa já estava definitivamente ligada à moda e se consagrou como um rico universo a ser conquistado. Mas isso é outra história "
(trecho extraído do Guia de perfumes,parte integrante da Revista L´officiel nºb 13, pgs 4 -7,
Editora: Renata Ashcar)
As fotos divulgadas não fazem parte da matéria do guia. Na sequência,
foto da edição L´officiel + guia (Fonte: Site da Dinap), atriz Elizabeth Taylor no filme Cleópatra de 1963 (Fonte: imdb.com) e Madame Pompadour( Fonte: Site Visitvoltaire)
2 comentários:
Show de bola! Achei o Guia legalzinho, e mto melhor ainda sua iniciativa de disponibilizar aki um pedacinho dele pra quem não teve como adquiri-lo. Vc como sempre, só arraso! rsssss
Bjinhux
Obrigada querida.Gentil como sempre!
bjo,
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