O perfume na literatura com Patrick Süskind
"Ele freqüentemente ficava lá, encostado à parede, ou encolhido em um canto escuro, olhos fechados, boca entreaberta e as narinas dilatadas, quieto como uma vara de pesca numa vagarosa corrente escura. E quando finalmente um sopro de ar levava um fio delicado de aroma até seu nariz, ele o tomava e não o deixava ir embora. Então cheirava somente esse odor, segurando-o firmemente, puxando-o para dentro de si e preservando-o para sempre. O odor poderia ser um velho conhecido ou uma variação de um deles; poderia também ser um novinho em folha, com praticamente nada similar ao que ele já havia cheirado, ou mesmo visto, até aquele momento: o cheiro de seda passada, por exemplo, de chá de tomilho-selvagem, de um bordado feito com fio de prata."
Patrick Süskind, O perfume
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