Você já teve a impressão de que sua semana não foi perfumada o suficiente?Às vezes isso acontece. No meu caso, a semana foi difícil no quesito "experimentar amostras de perfumes" para resenhar aqui. Não por não tê-las pois isso seria um grande pecado considerando tantos perfumes a serem revisados e amostras que tenho para um longo período, mas o pecado foi a minha tola mão que não teve a sorte de escolher perfumes mais agradáveis para o meu cruel nariz. De fato, essa experiência não foi aleatória pois, no fundo do meu coração e também nariz , eu queria testar os perfumes que, naturalmente, não me agradam imensamente e que, sempre deixo para depois. Acho que, para a experiência de qualquer bom apreciador de fragrâncias, o caos olfativo é uma experiência, indiscutivelmente, rica. Ela nos oprime, pode nos render algums dores de cabeça, nos taxar como cruéis críticos de aromas, mas belamente necessária.
Na verdade, durante dois dias decidi brincar de uma espécie de "roda da fortuna de perfumes" e escolhi duas fragrâncias, Pi e Chypré Fruité , respectivamente de Givenchy e Montale. A primeira experiência Pi, o perfume de uma nota só, fez com que eu me sufocasse durante o meu próprio sono, mas depois da experiência restou-me apenas lavar minha fronha com um cheiroso sabão em pó, seguindo de outro também cheiroso amaciante de roupas. Com relação à Chypré Fruité, antes de arriscar-me em uma nova jogada da roda da fortuna e fazê-lo aparecer em minha nova review, pensei em inaugurar minhas miniaturas de Rochas e, quem sabe poderia ter sido uma delas a estar aqui e agora. Cheirei um pouco de Femme e Tocade, mas não foram facéis para o meu nariz, não por complexidade mas sim por serem aromas clássicos e, por isso, não fazerem parte do meu gosto natural. Então decidi avaliá-las posteriormente, pois certamente serão parte de uma fantástica viagem a algumas décadas atrás.
Para a minha boa dose de sorte, também tive momentos cheirosos nesta semana, certamente, fiz algumas escolhas adoráveis, não para resenhá-las, mas para usá-las em minha pele. A maioria delas, florais frutais que se encaixam perfeitamente ao clima quente que está chegando ao Brazil, em mais um verão encantador e também sedutor; tão necessário para trazer uma atmosfera agradável e doce; para sair com os amigos ou simplesmente perfumar-me após um relaxante banho. Fiz um revival com 212 Sexy de Carolina Herrera, a estréia oficial do meu Nina Pretty de Nina Ricci e me diverti bastante com a quente lavanda e notas especiais de gerânio com meu novo Covet de Sarah Jessica Parker. Bem, a semana não foi tão ruim assim.
Após alguns dias de compromissos e quase nenhum tempo para resenhar sobre perfumes, decidi fechar os olhos e deixar a sorte falar comigo. Selecionei o "cara", sim, o perfume que é a vítima de hoje. Montale está aqui, de novo. Estranhamente, o primeiro Montale que não me agradou totalmente e cuja review será a primeira, dentre outras que já realizei, com uma crítica mais negativa, mas enfim, o que seria dos concorrentes franceses se todos gostassem de Montale, não é mesmo? Há espaço para todos os gostos perfumísticos. O Montale da vez é Chypré Fruité, a fragrância chypre frutal que leva notas de bergamota, rosa, jasmin, musgo de carvalho e frutas tropicais.
A categoria chypre se dá para perfumes que mantém uma base , na maioria dos casos, de musgo de carvalho e/ou árvores de musgo dando uma sensação aveludada, cremosa e elegante a alguns tipos de fragrâncias como florais e florais orientais. No caso do chypre frutal, é adicionado à fragrância frutas como pêssegos, abacaxi e uma série de frutas exóticas ou tropicais para caracterizar mais esta sub-categoria de chypres. Fragrâncias com base chypre têm uma voluptuosidade natural no universo da mulher. Normalmente esta base deixa o perfume bastante feminino, algo que sempre relaciono com uma aura que cobre a mulher com uma sensualidade terrena que, de alguma forma, a liga a algo etéreo e refinado. Um exemplo de chypre moderno é o amado For Her de Narciso Rodriguez.
Em Chypré Fruité de Montale, a fragrância é mais frutal que Chypre. A abertura da nota de bergamota é rápida e necessária, pois como regra de chypres, há sempre uma abertura cítrica como bergamota, um coração floral e uma base que leva musgo de carvalho e Patchouli, por exemplo. A diferença aqui é que o perfume é sustentado por uma doçura frutal que chega a enjoar, tratando-se de um perfume de nichia, universo que cultiva uma perfumaria menos comum, mesmo que alicerçada por notas simples. O frutal em Chypré Fruité é o alicerce da fragrância, com aromas de abacaxi, pêssegos e toda a sorte de frutas que pode haver em um coquetel a ser disfrutado de frente para a Baía de Cannes. Também diria que, embora o aroma seja diferente, este frutal me faz lembrar o coquetel de frutas tropicais de Miami Glow, edição limitada de Jennifer Lopez.
É interessante notar que as notas florais de coração, principalmente a rosa mantém o efeito delicado do perfume, exatamente como a pele macia de uma mulher, pele comparável ao veludo da pétala de uma rosa. Neste contexto, o chypre é idealmente a base para aliviar o efeito frutado da fragrância, dando-lhe este caratér de suavidade, menos invasivo. As frutas adociçadas se aquecem em diferentes gradações de acordes durante o desenvolvimento e, embora penso que estas alterações olfativas são a riqueza do perfume, o aroma ainda se mantém enjoativo. Imagino que, após tomar tantos coquetéis e olhar para o mar e sempre o mar em uma Cannes imaginária, eu só poderia circular um pouco para tomar um ar e deixar o álcool frutado dissipar por todo o corpo, circulando um novo sangue em minhas veias que, espero , não seja atacado por uma diabetes, de intolerância à frutose. Depois de 3 a 4 horas circulando com Chypré Fruité, percebo que a fragrância se torna um pouco mais refinada; como entrar em um elegante café francês e defrontar-se com uma torta cremosa de frutas coberta com uma calda mais escura como notas de patchouli. Este aroma ainda bate no nariz e, embora a visão cause a hesitação entre o continuar provando a fragrância, o comer mais uma fatia desta torta surreal, o perfume libera , em seguida, um drydown mais leve e terreno.
A sorte aqui é que o musgo de carvalho mantém um aroma etéreo na pele e, ao mesmo tempo, muito palpável. Esta nuance "earth" da fragrância implica um pouco mais de profundidade à Chypré Fruité, conferindo-lhe um diferencial melhor no desenvolvimento que no começo da fragrância. Logo, mesmo que o nariz já esteja traumatizado com a lembrança de um nariz transformado em boca, cheio de frutas tropicais que o anularam como nariz, a mulher que usa Chypré Fruité, mesmo estando com a boca cheia de frutas, ainda assim torna-se elegante,mesmo que não totalmente refinada, como em outras fragrâncias Montale. Talvez esta mulher se dê bem em seus trajes casuais, sua rotina de trabalho e algumas gotas discretas de Chypré Fruité ou, no mínimo, use o também discretamente em uma calorosa tarde de verão em Cannes, mesmo que em um formal, mas também leve vestido.
Há uma característica nesta fragrância que é bem comum em outras fragrâncias Montale que têm a base chypre. Ela ainda mantém o chypre no drydown, mesmo que não seja possível sentir, de uma forma mais isolada, a ação protagonista do musgo de carvalho e outros tantos musgos. Por isso, quando penso em outros Chypres Montalianos, há como realizar um paralelo de que há um traço, uma fórmula mágica nos perfumes da casa que sempre me faz pensar: "Este é um Montale"! Eu bato palmas para a casa de perfumes por manter, uma base de chypre e uma configuração de fragrância que é padrão entre os chypres e, mesmo assim, não aniquilar o conceito de chypre frutal ou chypre abaunilhado com uma invasão muito forte das flores ou de âmbar, natural de fragrâncias chypres orientais, mas que acaba se massificando na maioria dos chypres. Digo isso pois, realmente, tanto Chypré Fruité como Chypré Vanillé mantêm , respectivamente, frutas e baunilha como personagens principais, um traço que poderia ser perdido. Somente acho que o base de chypre ainda pode ser aperfeiçoada, balanceando melhor a fragrância como um chypre.
Chypré Fruité é bem-feito, ótima fixação e bastante versátil para o dia a dia e todas as estações, no entanto ainda há certa trivialidade neste blending, doce e frutado que, caso você não faça questão de um discreto tom chypre, poderá facilmente encontrar outras fragrâncias frutais mais baratas e, então, gastar seu dinheiro em algo mais interessante na linha de Montale. Eu, particulamente, gosto de perfumes de Montale como Blue Amber, Chypré Vanillé, Red Oud e Crystal Flowers, por isso este não é o meu favorito. Também acho que Montale parfums tem um grande portfólio de fragrâncias, mas muitas vezes estes mixes não fazem uma grande diferença, em termos olfativos, que justifiquem um alto custo por frasco. Na minha humilde opinião, para uma perfumaria de nichia é importante manter uma variedade menor de fragrâncias, mas que esta variedade cubra um alto nível de qualidade e aromas diferenciais. Posso ter cheirado muitos coquetéis Chypré Fruité e talvez esteja um pouco bêbada , mas olfativamente falando, tenho certeza de que a linha tem muitas opções, principalmente na Oud, mas somente algumas delas marcam o trabalho distinto desta casa de perfumes.
(English version)
As a matter of a fact , during two days I decided to play with a type of "perfumes Wheel of Fortune" and I chose, now randomic, two fragrances, Pi and Chypre Fruite, respectively from Givenchy and Montale. The first Pi experience, the perfume of just one note, suffocated me during my sleep, but after the experience I only had to wash my own pillowcase using a fragrant soap cleaner, followed by an also fragrant laundry softner. Regarding to Chypré Fruité, before taking the risk of a new shot in the Wheel of Fortune, I thought that I could wear for the first time my new Rochas miniatures and maybe choose one of them for the review of the day. I smelt a little of Femme and Tocade, but immediately they were not so easy to my nose, not because of their complexity but because they are classicals and, classicals are not a natural taste of myself, then I decided to analyse them after in order to have a fantastic voyage in some decades ago.
Telling you about my dose of luck, I share that I had also fragrant moments during this week, certainly I made lovely choices, not to review them but to wear them on my skin. Most of them, floral - fruity fragrances which now fit perfectly to this warm weather that is coming to Brazil, in one more enchanting summer and also seductive; so necessary to bring a plesant and sweet athmosphere; going out with friends or only perfume myself after a relaxing shower. I had some revival moments with 212 Sexy(Carolina Herrera), the official début of my new Nina Pretty(Nina Ricci) and I enjoyed a lot wearing the warm lavender and special notes of geranium of my new Covet (SJP). Well, the week was not so bad.
After some days of appointments and almost any time to review fragrances I closed my eyes and let the luck guide me. I selected the "guy-fragrance", yes that one that would be my victim and Montale is here, again. In a strange manner, this was the first Montale that I did not like since I like some fragrances of this line, but at last, what would be about the French competitors if all of us loved only Montales? There is space for all the perfume tastes. This Montale is Chypré Fruité, a chypre frutal fragrance that features notes of bergamot, rose, jasmin, oakmoss, patchouli and tropical fruits.
The category of chypre perfumes keeps a base of chypre, in most of the cases, this base has oakmoss or tree moss which provides to the fragrance a velvety sensation, some creamy and elegant to some fragrances types as florals and oriental florals. About the chypre frutal, it is added in the "standard chypre" some fruits as peachs, pineapples, grapefruits and many tropical or exotics fruits to personalize the fragrance in the category chypre frutal. Fragrances based on chypre has a natural voluptuosidade of the women universe. Normally this base let the perfume very feminine, something that I compare to an aura that covers the woman in an earthy sensuality that, in certain way, connect her to something ethereal and refined. An example of modern chypre is the beloved For Her of Narciso Rodriguez.
In Chypré Fruité, the fragrance is fruitier than chypre. The opening of bergamot note is fast and needed, because as general rule of chypres, there is always a citrus opening as bergamot, for example, followed by a floral heart and a base that features oakmoss and Patchouli. The difference here is that the fragrance is sustained by a frutal sweetness that is annoying mainly when I think that this Montale is a niche perfume, a universe where is cultivated a less ordinary perfumery, even if it is formed by simple notes. The frutal in Chypre Fruite is the foundation of the fragrance, involved in some pineapple and peaches scents and all the miscellaneous of fruits which may have a tropical cocktail that is drunk in front of the Cannes Bay. I would say also that, even though the scent of Chypré Fruité is different and yet refined, it reminds of the tropical fruits cocktail in Miami Glow, limited edition of Jennifer Lopez.
It is interesting to notice that the heart floral notes, mainly the rose keeps some delicate effect on the perfume, exactly as a soft woman skin, comparable to the velvety rose petal. In this context, the chypre is the ideal base to lighten the fruity effect of the fragrance, providing a softness approach to Chypré Fruité development. The candied fruits warm in different accords gradations until the drydown and, even though I think these olfactory changes are the richness of this perfume, the fruity aroma is still annoying. At this instant, I imagine that, after drinking many cocktails and looking at the sea and always the sea in an imaginative Cannes, I would walk a little and take some fresh air, let the fruity alcohol disappears in my body, circulating a new blood in my veins which, I expect, does not be attacked by a diabets, a fructose intolerance. After 3 to 4 hourse, Chypré Fruité becomes a little more refined, as I would come in a elegant French Café and face a creamy fruits cake covered by a dark syrup, so dark as the patchouli notes. This aroma still beats my nose and, although the vision of this case may cause some hesitation between going on sampling the fragrance, eating one more piece of this sur(real) cake, the perfume fades into a drydown, better light and earthy.
The luck here is that oakoss keeps some ethereal aroma on the skin and, on the same time, very palpable. This nuance also "earth" in this fragrance implies some depth to Chypré Fruité, labeling a better distinguishable scent in the entire fragrance in comparison to its opening, for that reason, the nose can be traumatized with the memory of a nose transformed in a mouth full of tropical fruits which annulate it as a nose, but the woman who wears Chypré Fruité,even she has her mouth full of fruits or drunk with some cocktails, she is still an elegant woman, not totally refined as others Montale fragrances. Maybe this woman will be in line to this fragrance, wearing some casual clothings, having a work routine and some discrete drops of Chypré Fruité or only wearing, also in a discrete way, the fragrance in a summer, warm afternoon of Cannes in a formal, but light dress.
There is an characteristic in the fragrance that is very common in others Montale fragrances which have a chypre base. The fragrance still keeps the chypre in the drydown, in an interesting isolated form, the protagonist role of the oakmoss. It is perceveid that when I think about others Montale Chypres, it is possible to suppose a trace, a magical formulation in the perfume house creations that make me think "This is a Montale!" I clap my hands to them by keeping a base of chypre and the standard configuration of a chypre fragrance and, even so, do not aniquilate the concepts of chypre frutal and chypre vanille with a strong invasion of flowers or amber, so natural in oriental chypre fragrances and that is massificated in most of chypres. I tell it because, as much Chypré Fruité as Chypre Vanillé keep, respectively, fruits and vanilla as a main character of the fragrance, a trace that would be lost. I only think that the chypreness would be stronger and better balanced.
Chypré Fruité is well-done, long-lasting, very versatile day by day and in all seasons of the year, however there is some triviality in the blending, sweet and fruity that, if you are not so interested in the discrete undertone of chypre, you can find the sweetness in cheaper fragrances and afford your money in other interesting fragrance of Montale. For my tastes, I like Blue Amber, Chypre Vanile, Red Oud and Chrystal Flowers, so Chypre Fruite is not my favorite and I think that Montale house has an huge portfolio of fragrances, but most times these mixes do not make an huge difference, within olfactory limits, to justify to pay high costs for a bottle. In my humble opinion, for a niche perfume house, it is important to keep a smaller range of products, but this range be able to cover an high level of quality and distinguishable aromas. I can be a little drunk smelling so many cocktails Chypré Fruité but I am sure that the brand line has many fragrance options, mainly the Oud Line, but only some of them mark the distinguishable work of the perfume house.
Na verdade, durante dois dias decidi brincar de uma espécie de "roda da fortuna de perfumes" e escolhi duas fragrâncias, Pi e Chypré Fruité , respectivamente de Givenchy e Montale. A primeira experiência Pi, o perfume de uma nota só, fez com que eu me sufocasse durante o meu próprio sono, mas depois da experiência restou-me apenas lavar minha fronha com um cheiroso sabão em pó, seguindo de outro também cheiroso amaciante de roupas. Com relação à Chypré Fruité, antes de arriscar-me em uma nova jogada da roda da fortuna e fazê-lo aparecer em minha nova review, pensei em inaugurar minhas miniaturas de Rochas e, quem sabe poderia ter sido uma delas a estar aqui e agora. Cheirei um pouco de Femme e Tocade, mas não foram facéis para o meu nariz, não por complexidade mas sim por serem aromas clássicos e, por isso, não fazerem parte do meu gosto natural. Então decidi avaliá-las posteriormente, pois certamente serão parte de uma fantástica viagem a algumas décadas atrás.
Para a minha boa dose de sorte, também tive momentos cheirosos nesta semana, certamente, fiz algumas escolhas adoráveis, não para resenhá-las, mas para usá-las em minha pele. A maioria delas, florais frutais que se encaixam perfeitamente ao clima quente que está chegando ao Brazil, em mais um verão encantador e também sedutor; tão necessário para trazer uma atmosfera agradável e doce; para sair com os amigos ou simplesmente perfumar-me após um relaxante banho. Fiz um revival com 212 Sexy de Carolina Herrera, a estréia oficial do meu Nina Pretty de Nina Ricci e me diverti bastante com a quente lavanda e notas especiais de gerânio com meu novo Covet de Sarah Jessica Parker. Bem, a semana não foi tão ruim assim.
Após alguns dias de compromissos e quase nenhum tempo para resenhar sobre perfumes, decidi fechar os olhos e deixar a sorte falar comigo. Selecionei o "cara", sim, o perfume que é a vítima de hoje. Montale está aqui, de novo. Estranhamente, o primeiro Montale que não me agradou totalmente e cuja review será a primeira, dentre outras que já realizei, com uma crítica mais negativa, mas enfim, o que seria dos concorrentes franceses se todos gostassem de Montale, não é mesmo? Há espaço para todos os gostos perfumísticos. O Montale da vez é Chypré Fruité, a fragrância chypre frutal que leva notas de bergamota, rosa, jasmin, musgo de carvalho e frutas tropicais.
A categoria chypre se dá para perfumes que mantém uma base , na maioria dos casos, de musgo de carvalho e/ou árvores de musgo dando uma sensação aveludada, cremosa e elegante a alguns tipos de fragrâncias como florais e florais orientais. No caso do chypre frutal, é adicionado à fragrância frutas como pêssegos, abacaxi e uma série de frutas exóticas ou tropicais para caracterizar mais esta sub-categoria de chypres. Fragrâncias com base chypre têm uma voluptuosidade natural no universo da mulher. Normalmente esta base deixa o perfume bastante feminino, algo que sempre relaciono com uma aura que cobre a mulher com uma sensualidade terrena que, de alguma forma, a liga a algo etéreo e refinado. Um exemplo de chypre moderno é o amado For Her de Narciso Rodriguez.
Em Chypré Fruité de Montale, a fragrância é mais frutal que Chypre. A abertura da nota de bergamota é rápida e necessária, pois como regra de chypres, há sempre uma abertura cítrica como bergamota, um coração floral e uma base que leva musgo de carvalho e Patchouli, por exemplo. A diferença aqui é que o perfume é sustentado por uma doçura frutal que chega a enjoar, tratando-se de um perfume de nichia, universo que cultiva uma perfumaria menos comum, mesmo que alicerçada por notas simples. O frutal em Chypré Fruité é o alicerce da fragrância, com aromas de abacaxi, pêssegos e toda a sorte de frutas que pode haver em um coquetel a ser disfrutado de frente para a Baía de Cannes. Também diria que, embora o aroma seja diferente, este frutal me faz lembrar o coquetel de frutas tropicais de Miami Glow, edição limitada de Jennifer Lopez.
É interessante notar que as notas florais de coração, principalmente a rosa mantém o efeito delicado do perfume, exatamente como a pele macia de uma mulher, pele comparável ao veludo da pétala de uma rosa. Neste contexto, o chypre é idealmente a base para aliviar o efeito frutado da fragrância, dando-lhe este caratér de suavidade, menos invasivo. As frutas adociçadas se aquecem em diferentes gradações de acordes durante o desenvolvimento e, embora penso que estas alterações olfativas são a riqueza do perfume, o aroma ainda se mantém enjoativo. Imagino que, após tomar tantos coquetéis e olhar para o mar e sempre o mar em uma Cannes imaginária, eu só poderia circular um pouco para tomar um ar e deixar o álcool frutado dissipar por todo o corpo, circulando um novo sangue em minhas veias que, espero , não seja atacado por uma diabetes, de intolerância à frutose. Depois de 3 a 4 horas circulando com Chypré Fruité, percebo que a fragrância se torna um pouco mais refinada; como entrar em um elegante café francês e defrontar-se com uma torta cremosa de frutas coberta com uma calda mais escura como notas de patchouli. Este aroma ainda bate no nariz e, embora a visão cause a hesitação entre o continuar provando a fragrância, o comer mais uma fatia desta torta surreal, o perfume libera , em seguida, um drydown mais leve e terreno.
Menos frutas, garçom! Less fruits, waiter!
A sorte aqui é que o musgo de carvalho mantém um aroma etéreo na pele e, ao mesmo tempo, muito palpável. Esta nuance "earth" da fragrância implica um pouco mais de profundidade à Chypré Fruité, conferindo-lhe um diferencial melhor no desenvolvimento que no começo da fragrância. Logo, mesmo que o nariz já esteja traumatizado com a lembrança de um nariz transformado em boca, cheio de frutas tropicais que o anularam como nariz, a mulher que usa Chypré Fruité, mesmo estando com a boca cheia de frutas, ainda assim torna-se elegante,mesmo que não totalmente refinada, como em outras fragrâncias Montale. Talvez esta mulher se dê bem em seus trajes casuais, sua rotina de trabalho e algumas gotas discretas de Chypré Fruité ou, no mínimo, use o também discretamente em uma calorosa tarde de verão em Cannes, mesmo que em um formal, mas também leve vestido.
Há uma característica nesta fragrância que é bem comum em outras fragrâncias Montale que têm a base chypre. Ela ainda mantém o chypre no drydown, mesmo que não seja possível sentir, de uma forma mais isolada, a ação protagonista do musgo de carvalho e outros tantos musgos. Por isso, quando penso em outros Chypres Montalianos, há como realizar um paralelo de que há um traço, uma fórmula mágica nos perfumes da casa que sempre me faz pensar: "Este é um Montale"! Eu bato palmas para a casa de perfumes por manter, uma base de chypre e uma configuração de fragrância que é padrão entre os chypres e, mesmo assim, não aniquilar o conceito de chypre frutal ou chypre abaunilhado com uma invasão muito forte das flores ou de âmbar, natural de fragrâncias chypres orientais, mas que acaba se massificando na maioria dos chypres. Digo isso pois, realmente, tanto Chypré Fruité como Chypré Vanillé mantêm , respectivamente, frutas e baunilha como personagens principais, um traço que poderia ser perdido. Somente acho que o base de chypre ainda pode ser aperfeiçoada, balanceando melhor a fragrância como um chypre.
Chypré Fruité é bem-feito, ótima fixação e bastante versátil para o dia a dia e todas as estações, no entanto ainda há certa trivialidade neste blending, doce e frutado que, caso você não faça questão de um discreto tom chypre, poderá facilmente encontrar outras fragrâncias frutais mais baratas e, então, gastar seu dinheiro em algo mais interessante na linha de Montale. Eu, particulamente, gosto de perfumes de Montale como Blue Amber, Chypré Vanillé, Red Oud e Crystal Flowers, por isso este não é o meu favorito. Também acho que Montale parfums tem um grande portfólio de fragrâncias, mas muitas vezes estes mixes não fazem uma grande diferença, em termos olfativos, que justifiquem um alto custo por frasco. Na minha humilde opinião, para uma perfumaria de nichia é importante manter uma variedade menor de fragrâncias, mas que esta variedade cubra um alto nível de qualidade e aromas diferenciais. Posso ter cheirado muitos coquetéis Chypré Fruité e talvez esteja um pouco bêbada , mas olfativamente falando, tenho certeza de que a linha tem muitas opções, principalmente na Oud, mas somente algumas delas marcam o trabalho distinto desta casa de perfumes.
(English version)
Have you ever the impression that your week was not enough fragrant? Sometimes it happens. The fact is that my week was hard to sample fragrance samples to review here. It was not because I don't have them; telling it would be a big sin and also a lie, considering that there are many fragrances to be reviewed on my wishlist and I have samples here to cover a long time of work, but the true sin was my foolish hand that was not lucky to choose the most pleasant samples for my cruel nose. In fact, this experience of selection was not random because, in the bottom of my heart and also nose, I wish to test the perfumes which, naturally, are not so pleasant to me even I would prefer to sample the most fragrant to my tastes. I think that any good perfume lover and expert has to experience an olfactory chaos; this experience is amazingly valuable. It weighes on us, can bring some headaches, label us as cruel scent critics, but it is a beautiful experience, so necessary to our sensorial moments.
As a matter of a fact , during two days I decided to play with a type of "perfumes Wheel of Fortune" and I chose, now randomic, two fragrances, Pi and Chypre Fruite, respectively from Givenchy and Montale. The first Pi experience, the perfume of just one note, suffocated me during my sleep, but after the experience I only had to wash my own pillowcase using a fragrant soap cleaner, followed by an also fragrant laundry softner. Regarding to Chypré Fruité, before taking the risk of a new shot in the Wheel of Fortune, I thought that I could wear for the first time my new Rochas miniatures and maybe choose one of them for the review of the day. I smelt a little of Femme and Tocade, but immediately they were not so easy to my nose, not because of their complexity but because they are classicals and, classicals are not a natural taste of myself, then I decided to analyse them after in order to have a fantastic voyage in some decades ago.
Telling you about my dose of luck, I share that I had also fragrant moments during this week, certainly I made lovely choices, not to review them but to wear them on my skin. Most of them, floral - fruity fragrances which now fit perfectly to this warm weather that is coming to Brazil, in one more enchanting summer and also seductive; so necessary to bring a plesant and sweet athmosphere; going out with friends or only perfume myself after a relaxing shower. I had some revival moments with 212 Sexy(Carolina Herrera), the official début of my new Nina Pretty(Nina Ricci) and I enjoyed a lot wearing the warm lavender and special notes of geranium of my new Covet (SJP). Well, the week was not so bad.
After some days of appointments and almost any time to review fragrances I closed my eyes and let the luck guide me. I selected the "guy-fragrance", yes that one that would be my victim and Montale is here, again. In a strange manner, this was the first Montale that I did not like since I like some fragrances of this line, but at last, what would be about the French competitors if all of us loved only Montales? There is space for all the perfume tastes. This Montale is Chypré Fruité, a chypre frutal fragrance that features notes of bergamot, rose, jasmin, oakmoss, patchouli and tropical fruits.
The category of chypre perfumes keeps a base of chypre, in most of the cases, this base has oakmoss or tree moss which provides to the fragrance a velvety sensation, some creamy and elegant to some fragrances types as florals and oriental florals. About the chypre frutal, it is added in the "standard chypre" some fruits as peachs, pineapples, grapefruits and many tropical or exotics fruits to personalize the fragrance in the category chypre frutal. Fragrances based on chypre has a natural voluptuosidade of the women universe. Normally this base let the perfume very feminine, something that I compare to an aura that covers the woman in an earthy sensuality that, in certain way, connect her to something ethereal and refined. An example of modern chypre is the beloved For Her of Narciso Rodriguez.
In Chypré Fruité, the fragrance is fruitier than chypre. The opening of bergamot note is fast and needed, because as general rule of chypres, there is always a citrus opening as bergamot, for example, followed by a floral heart and a base that features oakmoss and Patchouli. The difference here is that the fragrance is sustained by a frutal sweetness that is annoying mainly when I think that this Montale is a niche perfume, a universe where is cultivated a less ordinary perfumery, even if it is formed by simple notes. The frutal in Chypre Fruite is the foundation of the fragrance, involved in some pineapple and peaches scents and all the miscellaneous of fruits which may have a tropical cocktail that is drunk in front of the Cannes Bay. I would say also that, even though the scent of Chypré Fruité is different and yet refined, it reminds of the tropical fruits cocktail in Miami Glow, limited edition of Jennifer Lopez.
It is interesting to notice that the heart floral notes, mainly the rose keeps some delicate effect on the perfume, exactly as a soft woman skin, comparable to the velvety rose petal. In this context, the chypre is the ideal base to lighten the fruity effect of the fragrance, providing a softness approach to Chypré Fruité development. The candied fruits warm in different accords gradations until the drydown and, even though I think these olfactory changes are the richness of this perfume, the fruity aroma is still annoying. At this instant, I imagine that, after drinking many cocktails and looking at the sea and always the sea in an imaginative Cannes, I would walk a little and take some fresh air, let the fruity alcohol disappears in my body, circulating a new blood in my veins which, I expect, does not be attacked by a diabets, a fructose intolerance. After 3 to 4 hourse, Chypré Fruité becomes a little more refined, as I would come in a elegant French Café and face a creamy fruits cake covered by a dark syrup, so dark as the patchouli notes. This aroma still beats my nose and, although the vision of this case may cause some hesitation between going on sampling the fragrance, eating one more piece of this sur(real) cake, the perfume fades into a drydown, better light and earthy.
The luck here is that oakoss keeps some ethereal aroma on the skin and, on the same time, very palpable. This nuance also "earth" in this fragrance implies some depth to Chypré Fruité, labeling a better distinguishable scent in the entire fragrance in comparison to its opening, for that reason, the nose can be traumatized with the memory of a nose transformed in a mouth full of tropical fruits which annulate it as a nose, but the woman who wears Chypré Fruité,even she has her mouth full of fruits or drunk with some cocktails, she is still an elegant woman, not totally refined as others Montale fragrances. Maybe this woman will be in line to this fragrance, wearing some casual clothings, having a work routine and some discrete drops of Chypré Fruité or only wearing, also in a discrete way, the fragrance in a summer, warm afternoon of Cannes in a formal, but light dress.
There is an characteristic in the fragrance that is very common in others Montale fragrances which have a chypre base. The fragrance still keeps the chypre in the drydown, in an interesting isolated form, the protagonist role of the oakmoss. It is perceveid that when I think about others Montale Chypres, it is possible to suppose a trace, a magical formulation in the perfume house creations that make me think "This is a Montale!" I clap my hands to them by keeping a base of chypre and the standard configuration of a chypre fragrance and, even so, do not aniquilate the concepts of chypre frutal and chypre vanille with a strong invasion of flowers or amber, so natural in oriental chypre fragrances and that is massificated in most of chypres. I tell it because, as much Chypré Fruité as Chypre Vanillé keep, respectively, fruits and vanilla as a main character of the fragrance, a trace that would be lost. I only think that the chypreness would be stronger and better balanced.
Chypré Fruité is well-done, long-lasting, very versatile day by day and in all seasons of the year, however there is some triviality in the blending, sweet and fruity that, if you are not so interested in the discrete undertone of chypre, you can find the sweetness in cheaper fragrances and afford your money in other interesting fragrance of Montale. For my tastes, I like Blue Amber, Chypre Vanile, Red Oud and Chrystal Flowers, so Chypre Fruite is not my favorite and I think that Montale house has an huge portfolio of fragrances, but most times these mixes do not make an huge difference, within olfactory limits, to justify to pay high costs for a bottle. In my humble opinion, for a niche perfume house, it is important to keep a smaller range of products, but this range be able to cover an high level of quality and distinguishable aromas. I can be a little drunk smelling so many cocktails Chypré Fruité but I am sure that the brand line has many fragrance options, mainly the Oud Line, but only some of them mark the distinguishable work of the perfume house.
3 comentários:
Chipre sou suspeito pra opinar sobre eles, pois junto com os orientais é uma das minhas familias prediletas, mesmo não conhecendo, acho que ainda assim nao desejaria conhece-lo, pois detesto notas frutais muito acentuadas, elas me enjoam e me fazem sentir desejo de morte, é melhor deixar como está! Os unicos acordes frutais que ficam divinamente perfeitos misturados ao chipre clássico são pessego e ameixas, pessegos bem maduros e suculentos a ponto de saciar a a fome so de se ver, quanto as ameixas se bem discretas são um otimo aroma, se acentuadas desandam toda a evolução do chipre, e pelo que me parece este perfume deve ter uma centena de notas frutais de todos os tipos e isso prejudica a evolução natural do aroma chipre que se relaciona a refinamento e discrição e nunca a exageros!
Os Chipres frutais que merecem ser sentidos em uma vida são
: Mitsouko, Femme e Coco Mademoiselle.
Esses são balanceados e muito refinados, os dois primeiros com seu ar Clássico inevitavel, mas ainda assim perfeitos tecnicamente!
The perfume bottle is often meant to be a physical representation of the perfume. Anyway,will certainly visit your site more often now.
cletsey
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