segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Midnight Poison, Dior
O último lançamento feminino da Dior, Midnight Poison, vem agregar mais um perfume na família Poison da maison com a promessa de resgatar o conto de fadas da Cinderela moderna, que é provocante com seu 'veneno' sensual e muito melhor após à meia-noite. Para recriar a Cinderela de Midnight Poison, Dior convidou a bela bond girl Eva Green para encarnar a campanha dark blue da fragrância.
Como todo conto de Cinderela, sempre há uma madrasta malvada; encarnarei meu lado boadrasta para discorrer sobre o que é positivo no perfume. Este lançamento não é encantador como uma fairy tale, mas tem a vantagem de ter um um mix " usável" com destaque para a orientalidade do patchulí, a delicadeza da rosa e um aspecto cítrico, doce e mais fresco dado pela bergamota. Embora o perfume não seja tão noturno, na minha opinião , ele traz um elemento que o remete à elegância de um vestido longo de noite. Lembro em sua evolução de fragrâncias que levam mandarina, como é o caso do Moschino Couture cuja nuance "mandarina" parece dialogar com Midnight Poison.
O começo das notas promete um perfume muito mais agradável do que o meio da evolução: uma mistura mais juicy com toques amadeirados e florais que se insinuam misteriosamente na superfície. As notas mais doces e angelicais envolvem a pele e demonstram uma feminilidade dócil que pode culminar em uma mulher misteriosa em um ambiente gótico como o da campanha. Tudo parece uma promessa de uma bela madrugada e um aroma inesquecível; no entanto os sonhos olfativos imaginados para um perfume com nome de "veneno da meia-noite" terminaram quando o relógio tocou neste horário; destacando um floral oriental com mais mandarina do que rosa, mais patchulí do que âmbar em uma mistura estranha e não tão sedutora. Nesta hora, meu lado madrasta era só lamentos ou, no papel de Cinderela, o desejo eminente de rolar-me escada abaixo ao invés de subí-las como Eva Green fez na publicidade da fragrância.
O meu pesar noturno foi ver o perfume mais com ar de gata borralheira do que com ar de Cinderela Eva Green. A áurea da campanha, fascinante e capaz de trazer o deleite olfativo e visual para a imaginação sedutora mais dark, foi como um marketing enganoso para um produto comum e sem diferencial. Encantei-me com a campanha, do visual à música, da modelo ao conceito, no entanto o resultado olfativo do perfume ficou aquém do esperado.
Com Midnight Poison, Dior só reafirmou que o imbatível Hypnotic Poison ainda é o must have da sedução entre os poisons e que o público, perfumista ou não, ainda espera um novo e maravilhoso Poison nesta saga. Aquele que será poderoso e vanguardista; o Poison que envenenará nossa pele e olfato com a mais deliciosa das paixões perfumadas.
Fonte: Foto campanha, Site Dior
Vídeo, Site Youtube
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Um comentário:
Incrível... eu também me deixei "hipnotizar" por este ambiente gótico, como tão bem lhe chamas... mas, curiosamente, quando conheci o cheiro... bem, não posso dizer que estivesse à altura do que o anúncio promete, mas o fascínio continuou... na verdade, gostei bastante. Achei-o muito, muito misterioso... e isso agrada-me, de facto. Concordo que o Hypnotic Poison é maravilhoso, mas para o meu nariz, estão ambos no mesmo patamar... este anúncio encantou-me de facto, é curioso, o vestido, o relógio, a Cinderela, aquele palacete incrível... adoro a COR do perfume, e eu nem gosto muito de azuis! Na verdade, até gosto mais do Midnight Poison do que da maioria dos "poisons"... não gosto nada do Tendre Poison nem do Pure Poison...
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