segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Dior Addict, Dior
Poucos perfumes são capazes de gerar imagens tão pertubadoras e intoxicantes como Dior Addict, um perfume que considero um clássico noturno de rendição à luxúria e à perversão.
A primeira contemplação da fragrância é uma entrada de notas doces e sufocantes encorpadas por um marca olfativa especiada que está presente em toda jornada com Dior Addict. O floral oriental carrega notas de mandarina e dama da noite com maior expressividade realçadas por uma baunilha picante, quase bizarra e sempre atuante com a tonka bean que a realça no efeito amendoado do perfume. O aroma exótico é afetado pela presença do sândalo mysore, uma nota de origem indiana , que dá pungência e a luxúria oriental ao perfume. Uma mistura persecutória que invade a pele, expelindo odores para um comportamento poderoso e de muita energia libidinosa.
Considero Dior Addict um perfume alucinógeno , capaz de tirar a mulher da normalidade convencional dada pela sociedade, de dopá-la para que ela transforme amor e inocência em prazer e lascívia. Ele resgata a mulher cheia de fetiches, dona de suas próprias forças sexuais ao cobrir sua pele. Percebe-se uma dama da noite mostrando o seu lado dark, obscuro, pecador. Uma flor tóxica que envenena a áurea do perfume (o seu sillage) para liberar o comportamento depravado que ele pode causar.
Esta imagem noir do perfume faz defrontar-me com a dicotomia do filme Veludo Azul , de David Linch; a oposição entre atração e repulsão, inocência e experiência, perversão e amor, desejos normais e desejos aberrantes, etc. O perfume desperta este antagonismo a partir do momento que ele libera a sensualidade exposta, o desejo de transgredir o status quo, de invadir o desejo alheio, de doar-se a luxúria sem medo. Ele é um aroma libertador das fronteiras que bloqueam a carne, sedenta de toque e vontade de prazer.
Esta dicotomia não é só da mulher mas também do homem, logo Dior Addict é um veludo azul, totalmente compartilhável entre os sexos e cujo frasco azul é sentido como um envolvente veludo. Toque-o e deixe-se tocar.
Fotos: campanha Dior Addict e divulgação Blue Velvet, de David Linch.DE . Atriz na foto é Isabella Rossellini
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7 comentários:
Maravilhosa tua descrição Cris, parabéns!
Como sempre, vc surpreende e arrasa, maravilhosa descrição, vc pôe em palavras mtas das coisas q sinto... Não canso d falar: Vc é genial!!!
Obrigada Elis.
Anderson,
Fico feliz que as sensações são fraternas, além de alguns perfumes também.
Para registrar aqui discussões sobre este post que foram levadas para o orkut ou conversas informais
1) Perguntaram-me qual a ocasião ideal para usar este perfume?
Acho que o Addict é um perfume transgressor no seu aroma. Sempre penso que ele é um perfume em ocasiões no qual o teu espírito é tomado por certo narcisismo no qual vc se julgue a mais sensual e lasciva das mulheres. Além disso, há um certo sadismo no perfume, o sadismo no sentido de que vc irá usá-lo de forma provocante e sem compromisso. Vc irá provocar até o último minuto para depois descartar o objeto do seu desejo. Como uma dama da noite que seduz e no amanhecer do dia não está mais lá.
Sempre imagino um perfume para a noite, no qual vc conjugue comportamentos como os que disse acima.
Sim, Dior Addict é um feitiço líquido! Eu como amante da vida noturna, luzes e música, vejo-o como um estilo de vida, e não como um perfume simplesmente.
Para usá-lo é necessário encorpar uma personalidade coerente com sua mutação.
É um enigma... pois é impossível não se sentir especial e privilegiado usando este Dior.
Não é um cheiro banal, não é algo que irá te enjoar... pois ele irá mudar em vc, de acordo com sua ocasião, roupa, personalidade... ou sua intenção!
Seria este o perfume ideal p/ a Wonder women?
Mas sim... é necessário ser uma "wonder pessoa" p/ usá-lo!
>.<
Sempre passo aqui. Adoro seus comentários e sou APAIXONADA por perfumes. Gostaria muito que comentasse sobre o Black XS do Paco Rabanne feminino.
bjss
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