Vanille Noire du Mexique, da niche perfume house La Maison de la Vanille é uma das "toutes les vanilles du Monde" da marca, que tem como inspiração o espírito da baunilha, atemporal, alocal e, ao mesmo tempo, relacionado a um tempo e a uma região. A maison tem em seu portfólio baunilhas de Madacasgar e das Antilhas, passando por México e Taiti, as quais mixadas com notas insinuantes, normalmente ligeiros toques de madeiras suaves e flores clássicas embutem nos Vanilles o espírito de uma viagem aos lugares mais dóceis e instigantes.
Para conduzir-me a uma viagem a um doce destino, exótico, caloroso e hipnotizante, bastaram dois sprays de Vanille Noire du Mexique e lá estava eu no México, o meu passaporte preferido dentre as baunilhas de la Maison. Entre fronteiras aromáticas de baunilha, rosa, jasmin, iris, tonka bean, opoponax, patchouli e bergamota, deleitava-me na orquídea mexicana, a flor negra sensual e cativante que misturava-se ao odor de outra flor, a rosa negra brasileira.
A negra baunilha do México chegava ao seu destino: minha pele latina. Ansiosa pelo cálido tempero da Xahanat indígena, comecei a transpirar no calor escaldante daquela cidade, mas a vanille noire insistia em provocar-me como negros olhos penetrantes a me fitar. Como um flerte olfativo, ela se aproximava mas não me dominava como eu queria. Permanecia na penumbra e, trazia à luz notas frescas de bergamota, como o sol poente que é acompanhado pelo sopro de uma refrescante brisa. Notas florais, mais evidenciadas pelo jasmin embelezavam a paisagem e, ao fundo, um mistério alquímico que indica a beleza arrebatadora de notas como opoponax e iris, incorporando à Vanille Noire du Mexique uma sensualidade caliente e refinamento maduro.
Que baunilha provocante e misteriosa pensava eu, enquanto mordia meus lábios desejosos deste gourmand alucinógeno. Já não pensava em margaritas, mas em uma poção indígena, um veneno tribal do Antigo México que fosse Xahanat, que florescesse a flor negra dentro de outra flor negra, a obscura e dócil face do meu eu. Insanamente dominada pelo desejo de mastigar e engolir as tonkas beans que sentia no sillage, comecei a cheirar meus braços, meus pulsos, minhas mãos, a saciar-me com meu cheiro vanille noire. Como eram tentadoras conjugadas com a baunilha, exalando notas amendoadas levemente amargas. Naquele momento, a exuberância de negras baunilhas se fez em mim e, ao mirar um belo Mariachi, disse-lhe: "Mátame de amor con tus bellos ojos que te mataré de amor con mi Vainilla Negra".
Foto: Vanille Noire du Mexique, La Maison de la Vanille
Fonte foto: entertainment.webshots.com
4 comentários:
É a fragrancia que mais me indentifiquei ate agora é pura baunilha doce porém escura, muito escura e apimentada, tem um "q" de femme fatal, com toda a volupia por baixo de mil e uma transparecias, como um vestido de organza bem cortado, e com decote frontal profundo, e costas nuas, ele insinua mas sem ser vulgar, é chique e completamente noturno, é denso e venenoso!
Você como sempre foi perfeitamente fiel ao aroma desse deleite!
hmmm, sem dúvidas, um vestido esvoaçante, refinado da mais cara organza ficaria lindo em mim e com noire du mexique... meu makeup seria com olhos noire como a noite estrelada e meus olhos brilhariam ao luar... mas o melhor seria o decote frontal....já me deleitei aqui!
Chris, não chegou ainda o Ellena? Foi colocado no correio (registrado) dia 26 de junho! Entrementes já surgiu aqui a simplismente perfeita Escale à Portofino, François Demachy chez Dior - com a elegância de um Rudnitska pai. Bjs, aliki
Estimada Aliki,
Ainda não chegou, mas pela experiência ainda está no tempo(nao sei qual a modalidade de shipping que usou). Teve greve nos correios Brasil também, acho que isso impactou.
Flor, então a Dior já começou a escalada nos cruzeiros rsrs... olha, é difícil morar em South America viu, estas escalas não são feitas aqui. E de pensar que a distribuição será limitada, corra e garanta o seu se te apaixonastes.
Falando no clam Roudnitska, em Agosto tem surpresas minhas na Perfumecritic.com, já confirmadíssimas. J ´attendais toi, mon amie.
Baiser, Cris
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